História

Situado no Campo das Vertentes, o lugarejo era conhecido como ponto de pouso dos tropeiros que vinham de Santo Antônio do Amparo, para embarcar as boiadas em Santo Antônio dos Campos, onde seguiam destino de trem.e

 

A estrada cortava o município passando por entre bosques, nascentes e cerrados onde hoje é o parque ecológico "Verde Vida” e a mina “Pedro Furtado. No entorno dessa passagem surgiram os pontos de comércio, a venda do Totonho e do Zé Clementino que se situavam em Aparecida do Oeste, comunidade de São Sebastião do Oeste. As casas de comércio de João Batista Leite, pai de José Leite que manteve a tradição até meados de 1980; João do Belo, pai de Cristovão, que ainda mantém casa de comércio; Antônio Vicente, João Chico, Arnaldo Moreira da Cunha e Geraldo Fariam na atual praça "São Sebastião”. Para facilitar o comércio eram feitas barganhas, como fumo de rolo por feijão, sacos de milho por botinas e querosene. Também vendiam arreios, rosetas, e outros apetrechos que os tropeiros utilizavam.

 

Como primeiro registro histórico tem-se Bernardo Teixeira Amante e Felício Flávio dos Santos dentre outros, moradores da “Aplicação de São Sebastião do Curral” dependente de "São Bento do Tamanduá”, atual Itapecerica, que iniciaram o pedido de criação do distrito de paz, no dia 30 de maio de 1853, através da Lei nº 623 e elevado a freguesia, em 19 de outubro de 1882 pela Lei nº 2.995. Com esse movimento surgiu o “Arraial Novo”, assim chamado pelos moradores. Antônio Gomes da Costa, Severino Gomes, Joaquim Francisco, Pedro Augusto Mine e Antônio Mine, dentre outras famílias vindas das fazendas da região, começaram a povoar o “Arraial Novo”.

 

Segundo relatos encontrados no "livro do Tombo” da paróquia de São Sebastião do Oeste, realizados por Pe. Audêncio os responsáveis pela vida espiritual do “Arraial Novo” foram os padres José Bernadino, Feliaciano Antônio de Trindade, Manoel Xavier do Vale, Cesário Mendes dos Santos Ribeiro, Pedro Xavier Coelho, Otaviano de Morais, Domingos, Galdino Ferreira Diniz, Audêncio, monsenhor José Cerqueira dos Santos, cônego Dominiciano e padre Bernardo Barreto.

 

Marcado pelo catolicismo na presença de frei Eliseu, Alberto Alves da Costa, Osório, Joaquim Francisco, João Tibúrcio e Pedro Teixeira Nascimento ergueram a igreja de "São Sebastião”, com a realização de leilões e doações de fiéis e fazendeiros. No dia 1º de janeiro de 1936 criou-se a paróquia de São Sebastião do distrito de São Sebastião do Curral, pelo Decreto Diocesano nº 21, assinado pelo arcebispo de Belo Horizonte, dom Antônio dos Santos Cabral, desmembrando então da paróquia de São Bento de Itapecerica.

 

Em 1946, chegam a São Sebastião do Curral o primeiros professores, repensáveis também pelo catecismo, que foram: dona Maria Pereira, José de Sá e dona Aurora Luiza Amorim, que vinha a cavalo da cidade vizinha de Cláudio, juntamente com o funcionário do correio. A igreja Católica responsável pela educação dos seus fiéis, (a mitra arquidiocesana de Belo Horizonte) em 1947, doou terreno de 10.000 m2 para a construção de escola distrital sendo responsável a professora Aurora Luiza Amorim.

 

Em 1957 foi criada a Diocese de Divinópolis, sendo seu primeiro bispo Cristiano Frederico Portela de Araújo Pena, que logo se preocupou com a vida espiritual e econômica de São Sebastião do “Arraial Novo”. Compadecido com a pobreza que havia nesse local, convidou alguns paroquianos como Otaviano Ferreira de Morais e seu Jésus Borges de Morais que juntamente com Joaquim Machado, fundaram a conferência Vicentina da Sociedade São Vicente de Paulo (SSVDP). O que foi responsável por saciar a fome dos fiéis que viviam na miséria. Então criaram a “Casa da Sopa”, que alimentava diariamente 50 pessoas que vivam na vila vicentina — construída em terras doadas pelo coronel Honorato Joaquim Terra. A construção da casa paroquial também foi um marco importante para o povo do arraial, afirmou a presença da igreja católica no povoado.

 

De acordo com depoimentos de alguns líderes comunitários dessa época, ao se construir a casa paroquial, aumentou a ansiedade e o desejo desse moradores pela emancipação política do distrito de São Sebastião do Curral. Neste contexto, com a iniciativa de padre Antônio Carlos Mesquita, o cemitério foi mudado da, hoje, praça Padre Altamiro de Faria, para a rua Bomfim.

 

Mais tarde a pedido dos moradores, a deputada Maria Pena, de Itapecerica, iniciou o processo de  independência política, com a criação do município em 30 de Dezembro de 1962, desmembrando-o de Itapecerica pela Lei nº 2.764, que alterava o nome para “São Sebastião do Oeste” . A emancipação acontece em 1º de Março de 1963, quando o intendente Geraldo Antônio Araújo, a pedido do governador de Minas Gerais, José Magalhães Pinto, estabelece os limites territoriais e assume o governo provisórios por seis meses, precedendo Jésus Borges de Morais, primeiro prefeito; vice-prefeito, Pedro Teixeira do Nascimento, no período de 30 de agosto de 1966 a 31 de janeiro de 1967. A primeira câmara municipal é composta, tendo como presidente, Geraldo Pedro dos Santos, Eurico e Gerson Borges de Moraes foram eleitos vereadores voluntários, pelos munícipes.

 

A partir de 1966, São Sebastião do Oeste vive o início de um tempo progressista, tendo sua paisagem transformada gradualmente em urbanística. Com isto, a necessidade de se criarem melhores condições de vida para seus munícipes se fez presente neste processo de desenvolvimento socioeconômico. Logo foi inaugurado o Ginásio Comercial “São Sebastião”, através da portaria 143 do MEC ( Ministério da Educação), onde se ministravam aulas de 5ª a 8ª séries, posteriormente transformado em Escola de 1º e  2º graus "São Sebastião” com cursos técnicos em contabilidade e Magistério; 1977 passam a denomina-la “Escola Estadual Governador Magalhães Pinto” e em 2 de fevereiro de 1998 ocorre a municipalização do ensino fundamental, com a Escola Municipal Deputado "Jaime Martins”.

 

Em 1970, o desenvolvimento econômico da cidade ganha destaque na agropecuária com nova economia: a avicultura liderada pelo produtor Sr. José Magela da Costa que, em 1999, deixa um marco no processo de aceleração do crescimento urbano, devido a industrialização da avicultura e concomitantemente a presença significativa das confecções, oferecendo um grande número de empregos.

 

São Sebastião do Oeste é sem dúvida, uma cidade próspera; abraças as diversas culturas dos imigrantes de várias regiões do Brasil, misturando-se à nativa, os quais enriquecem e fazem crescer o município. Por isso também chamamos de “Cidade Abraço”.






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